domingo, 21 de setembro de 2008

Histórias em Quadrinhos

A história das histórias em quadrinhos

Conceito

Quadrinhos é uma arte seqüencial em desenhos conhecida por todos como histórias em quadrinhos, utilizada para narrar uma história, um poema ou um conto.

Uma nova tendência no mercado são os quadrinhos on-line que estão tomando conta da Internet.

Características

As histórias em quadrinhos podem ter balões contendo o texto ou simplesmente ser visual.

Além de servirem como forma de entretenimento, possuem caráter informativo, surgindo assim quadrinhos que abordam temas relevantes como prevenção de acidentes de trabalho, prevenção de doenças, informações de trânsito etc.

Início das histórias em quadrinhos

Surgiu por volta do século XVIII, em 1820 na França. Que possuía como enfoque dar ao povo a chance de transferir-se para a vida romanceada de seus ídolos.

Um dos pioneiros em histórias em quadrinhos foi Rudolf Töpffer, artista e escritor suíço, criando o Senhor Vieux-Bois em 1827. Em 1896, um dos primeiros personagens que obteve sucesso foi o Yellow Kid, de Richard Outcault, logo após começou a ser produzido Katzenjammer Kids primeiro título que usou as características dos quadrinhos atuais.

As primeiras histórias em quadrinhos direcionadas para o público adulto tinham como enfoque um mundo poético, surreal e cômico, onde eram estrelados por personagens na forma de animais, surgindo assim clássicos como: Gato Felix, de Pat Sullivan e Mickey Mouse do Walt Disney.

Os primeiros a criarem as revistas em quadrinhos foram os japoneses na década de 20 e em 1933 os EUA lançava a primeira revista americana de história em quadrinhos. No mesmo período foram lançadas as histórias em quadrinhos do Super Homem e Batman.

Até mesmo a 2ª guerra mundial serviu como inspiração para novas histórias em quadrinhos criando personagens famosos como: Capitão América, conhecido até hoje.

Na década de 60 o mercado de heróis voltou a se fortalecer, devido aos códigos de éticas que estavam em vigor e também por terem cessado um pouco com as perseguições feitas pelos EUA, deixando que editoras lanassem heróis com características mais humanas e fisiológicas, com dramas psicológicos e problemas cotidianos. Foi nessa época que surgiram personagens como: Homem Aranha, O Quarteto Fantástico, o Thor e o Surfista Prateado.

Somente nas últimas décadas do século XX as revistas de heróis ganhavam cada vez mais importância no mercado.


História em quadrinhos no Brasil

Angelo Agostini, um italiano radicado no Brasil, desenhou e publicou, dia 30 de janeiro de 1869, na revista "Vida Fluminense" os quadrinhos "As aventuras de Nhô Quim ou Impressões de uma viagem à Corte". Quinze anos depois ele seria responsável pela criação dos primeiros quadrinhos brasileiros de longa duração, com as Aventuras do Zé Caipira.Outro marco importante da história das Histórias em Quadrinhos deu-se em 1860 quando Gustavo Doré que tentou ilustrar uma piada.

Em 1937, Roberto Marinho entrou no ramo com O Globo Juvenil e dois anos depois lançou o Gibi, nome que passaria a ser também sinônimo de revistas em quadrinhos. Na década de 50, começaram a ser publicados no Brasil, pela Editora Abril, as histórias em quadrinhos da Disney .

A partir da década de 60, aumentaram as publicações e os personagens brasileiros. Destaque para Pererê, de Ziraldo, Gabola, de Peroti, Sacarrolha, de Primaggio e também surgia nesta época os personagens de Maurício de Sousa, como a Turma da Mônica. Estes personagens vieram a se tornar lideres de vendas no mercado nacional. A Turma da Mônica deu tão certo que foram publicados em diversos países, além de virarem desenho animado e ter sua marca licenciada para diversos de produtos industrializados como roupas, cadernos, lancheiras etc.

A Editora Abril passa a publicar os heróis da Marvel e da DC Comics no Brasil, com as revistas Capitão América e Heróis da TV. E mais tarde foram lançadas as revistas de personagens como Batman, Super-Homem, Homem-Aranha, Incrível Hulk e X-Men, entre outros.

Nos anos 90 o mercado brasileiro cresce um pouco mais. Novas revistas em quadrinhos de heróis passam a ser editadas no país, sobretudo da recém criada Image Comics. A Editora Abril continua na frente das rivais e publica a Spawn norte-americana. A Editora Globo também entra com diversos títulos: Gen 13, Wildcats, CyberForce, Strykeforce, Savage Dragon entre outras.

Atualmente parece que o mercado de quadrinhos no Brasil está crescendo. Além das grandes editoras como a Abril e a Globo novas editoras foram criadas trazendo excelentes títulos.


Quadrinhos Institucionais



Quadrinhos Institucionais usam a linguagem dinâmica das histórias em quadrinhos como estratégia de uma comunicação personalizada, servindo como apoio a divulgação e/ou conscientização de campanhas corporativas ou de marketing para diversos públicos, entre eles funcionários e clientes.

As histórias em quadrinhos institucionais, segundo pesquisas realizadas por empresas de todo o Brasil, atraem seus leitores e auxiliam no recebimento e retenção de informações com mais facilidade do que outros veículos como circulares, e-mails, slides etc.

Esse é um nicho de mercado em ascensão. O segmento às vezes alcança uma tiragem muito maior do que as HQs de super-heróis. A demanda é grande, os custos são baixos e toda a produção, por ser encomendada e com distribuição gratuita, não depende de nenhum resultado de vendas.

Em todo o Brasil são muitos os profissionais, agências de publicidade e estúdios especializados em produzir quadrinhos institucionais para empresas privadas e órgãos públicos.

O ilustrador paulista André Luiz, formado em Comunicação Social e bacharelado em Relações Públicas é um desses especialistas. Ele expõe excelentes motivos pelos quais as empresas devem utilizar os gibis como apoio a ações corporativas ou de marketing. Entre eles:

- Faixa etária: Os quadrinhos Institucionais tornam-se ideais para atingir vários segmentos de públicos;

- Distribuição:Usar quadrinhos como estratégia de comunicação é ótimo, pois um gibi pode ser lido, em média, por 10 pessoas;

- Memorização: O ser humano tem como característica sua sensibilidade a qualquer informação visual, pois é através das imagens que grande parte dos conhecimentos são memorizados.

Mundo Corporativo




Antes concentrados no universo infantil, com temas informativos e educativos relacionados a esse público e promovidos por órgãos públicos, os quadrinhos institucionais entraram de vez no mundo corporativo.

Grandes empresas como Petrobrás, Gessy Lever, Empax, Bompreço, Extra e tantas outras distribuindo internamente (e em alguns casos para os seus clientes) revistas em quadrinhos sobre norma ISO, segurança no trabalho e diversos temas pertinentes a essas organizações.

O poder de comunicação dos quadrinhos pode ser demonstrado pela Graber, uma prestadora de serviço de segurança patrimonial de São Paulo. Na empresa circula o gibi Se Liga, Vig!, que em cada edição trata de um assunto diferente. Em uma delas, ao explicar por intermédio dos personagens Zeca e Silva o uso correto do Serviço de Atendimento ao Vigilante, caiu para menos de 5% o número de chamadas sobre assuntos indevidos feitas pelos vigilantes para a linha telefônica 0800. Antes, o índice era de espantosos 90%.

FICHA TÉCNICA

Revista: Se Liga, Vig!

"Ronda Eletrônica"

Cliente: GRABER

Tamanho fechado: 21cm x 14,8cm

04 Páginas

Por ser uma revista mais simples (04 páginas), o período de elaboração e entrega é reduzido, o que a torna um importante elemento na estratégia de comunicação da empresa.

Assim, a informação chega em histórias curtas, de leitura rápida, indo direto ao ponto e no momento certo.

A Artecétera, editora de São Paulo, também se dedica exclusivamente a essa área. Em seu portfólio há trabalhos para os setores odontológico, varejista, gestão do meio ambiente, marketing, RH e muitos outros.

O estúdio também foi o responsável pela produção da revista em quadrinhos “A gente sabe, a gente faz”, minissérie em oito edições lançada em 2005 pela Editora Globo e promovida pelo Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, em parceria com o cartunista Ziraldo. A publicação era um curso de vendas em quadrinhos e, em cada edição semanal, apresentava com muito humor e didatismo um capítulo das venturas e desventuras de uma família e sua microempresa, além de uma história real de pessoas empreendedoras.

Conhecidos cartunistas têm em seu currículo atuações nessa área. Antônio Cedraz e Ruy Jobim Neto também costumam empregar sua arte em quadrinhos institucionais para empresas.


Companhia Athletica

"Revistas em quadrinhos institucionais atingem um universo bem heterogêneo de pessoas, de uma forma simples, agradável e divertida, sem perder a seriedade dos assuntos abordados. Potencializam a assimilação da informação e atraem muito mais do que um folder ou um informativo só com textos, pois oferecem entretenimento aos leitores", afirma Cedraz.

Mais Exemplos

LABORATÓRIOS ACHÉ

FICHA TÉCNICA

Revista: O Segredo do Pezinho!

Cliente: LABORATÓRIOS ACHÉ

Tamanho fechado: 20,5cm x 13,5cm

16 Páginas

O Aché Laboratórios Farmacêuticos tomou a iniciativa de fazer essa revista em quadrinhos, que explica e alerta para a importância do teste do pezinho, tão importante para o futuro dos recém-nascidos. Nela, acompanhamos a história de Rafael, desde a gravidez de sua mãe até os sete anos. Rafael tem hipotireoidismo congênito mas, graças ao teste do pezinho, ganhou uma corrida contra o tempo!

O Segredo do Pezinho, ganhou destaque em matéria da Revista Isto É Dinheiro 519, na coluna Empresas do Bem! Além de receber muitos elogios espontâneos de profissionais do setor médico.

SIEMENS

FICHA TÉCNICA

Revista: Missão Possível

Cliente: SIEMENS LTDA

Tamanho fechado: 21cm x 14,8cm

12 Páginas

Esta revista traz a família Souza envolvida com ações práticas de economia de energia elétrica em casa, além de falar sobre a água, reciclagem do lixo, cidadania, poluição e consumo consciente.

Através de um passeio ecológico, toda a família descobre que cuidar da natureza é uma missão possível e urgente, que deve começar agora, garantindo uma herança preciosa às gerações futuras.

O sucesso da família foi comprovado através de pesquisas internas realizadas com os funcionários da empresa, o que levou a Família Souza a participar de muitos títulos para vários outros departamentos.

GRUPO VOITH


FICHA TÉCNICA

Revista: Saúde Voith

Cliente: GRUPO VOITH

Tamanho fechado: 21cm x 14,8cm

12 Páginas

Para que um tratamento de saúde possa resultar na cura do paciente, os conselhos médicos precisam ser seguidos, exames feitos e os resultados acompanhados. Nem sempre isso ocorre. Quando os primeiros sintomas começam a desaparecer muita gente abandona os remédios, não faz os exames e, infelizmente, só retorna ao médico quando teve uma grave recaída. Entre outros fatores, isso eleva a sinistralidade do plano de saúde, podendo tornar inviável a manutenção dos benefícios já oferecidos pela empresa.

A medida administrativa mais simples poderia ser "cortar alguns dos benefícios para diminuir as despesas". Mas a Voith preferiu investir no esclarecimento de todos, confiante no resultado de um segundo número da revista em quadrinhos com Vitório e sua família, em conjunto com uma palestra desenvolvida pela administradora do Plano de Saúde, a Velcor.

Assim, a gripe de Vitório faz toda a família conversar e refletir em como agir no caso de doença, perigo da automedicação e quais as melhores maneiras de utilizar esse benefício.

Jornalismo em Quadrinhos

Relações de Semelhanças e Diferenças entre Jornais e Quadrinhos

A história em quadrinhos e o jornal têm uma relação muito mais profunda do que pode parecer. Essa relação não é somente histórica, ela chega também ao nível estrutural. Um autor de quadrinhos pega a sua história, divide em partes e dispõe cada uma dessas partes em um quadro com sua imagem e textos necessários. Esses quadros são justapostos, são ajuntados lado a lado nas páginas. Algumas vezes, o autor colocará um único ou uns poucos quadros por página, outras vezes, vários quadros menores. O leitor, por sua vez, ao ler esses quadros, vai reconstituindo, pouco a pouco, a história narrada. Ora, não é assim também que se faz um jornal? Os jornalistas dividem os acontecimentos cotidianos em partes, que são trabalhadas em matérias, com o texto e as imagens necessárias. Depois, juntam essas partes em páginas, compondo esse objeto que chamamos jornal.

O pensamento gráfico do jornal e o da revista em quadrinhos é fundamentalmente o mesmo: o objeto do discurso é retalhado em unidades menores dispostas em páginas. Mas duas são as diferenças fundamentais:

1. Objeto do discurso - Na revista em quadrinhos é quase sempre uma história a ser narrada e no jornal, é o chamamos vagamente de ‘cotidiano’ ou ‘realidade’.

2. Processo de leitura. As matérias (módulos gráfico-estruturais do conteúdo do jornal) podem ser lidas fundamentalmente em qualquer ordem ou quantidade. Os quadros de uma HQ, ao contrário, devem ser todos lidos e, salvo raríssimas exceções, lidos em uma ordem pré-determinada.

Essas diferenças são suficientemente claras e evidentes para que ninguém pretenda afirmar que uma revista em quadrinhos e um jornal são a mesma coisa. Contudo, o fato de se articularem sobre um mesmo pensamento gráfico é muito significativo. Se considerarmos o fato de que tanto as histórias em quadrinhos quanto o jornal, do modo como os conhecemos, terem evoluído quase sempre juntos, veremos que esse pensamento gráfico em comum não é mera coincidência. Ele foi sendo conquistado por essa parceria entre quadrinhos e jornal.

O Texto Jornalístico e a Reportagem em Quadrinhos - O Trabalho de Joe Sacco

Joe Sacco inventou um gênero que vem sendo chamado de New-New Journalism: literário, investigativo... e em quadrinhos.

Joe Sacco revolucionou o modo de se fazer reportagem jornalística, ao trabalhar com o estilo dos quadrinhos. Suas reportagens, em certos aspectos, são até mesmo mais eficientes do que os tradicionais textos jornalísticos ou textos acadêmicos, dos livros de História. Sacco demonstrou que os quadrinhos, apesar de parecerem inadequados para tratar de temas complexos e polêmicos como os conflitos na Palestina e nos Balcãs, são perfeitamente utilizáveis no meio jornalístico.


Os textos tradicionais aspiram à "objetividade" - ou seja, ao relato isento dos fatos - mesmo sabendo desde o princípio que sua tarefa não será bem sucedida, já que não existe a objetividade "pura", "idealizada" do jornalismo, pois o sujeito da enunciação do discurso deixará sempre sua marca, mesmo nas demonstrações onde essas marcas possam parecer inexistentes. Na busca pela "maior objetividade possível", o texto jornalístico deve, todavia, adotar certos procedimentos que garantam, ao máximo, o rigor da informação divulgada, a fidelidade às "fontes" da reportagem, a precisão descritiva - ele quer se aproximar ao máximo do objeto da reportagem e deseja analisá-lo a partir de vários pontos de vista.

A linguagem dos quadrinhos é bastante divergente quanto ao texto jornalístico tradicional. Ela é, muito mais, uma forma de manifestação estética. Analisada como arte, ela dá muita liberdade ao autor, permitindo a livre expressão de um sentimento, de um desejo, de uma determinada percepção do mundo por parte deste. As HQs retratam o "mundo interior" do artista, seu imaginário, suas percepções e reflexões. O quadrinho estabelece como compromisso maior dar forma ao imaginário de seu autor. Ou seja, o jornalismo em quadrinhos cria como base uma linguagem ligada ao entretenimento e à ficção, e que não tem como fornecer o mesmo grau de realismo.

Joe Sacco e suas "reportagens em quadrinhos" colocam, então, uma questão formal bastante complicada: como conciliar o texto jornalístico tradicional, aquele que é utilizado nas "reportagens", com a livre expressão e a não-ambição pela objetividade dos quadrinhos? Faz-se necessário, para isto, uma meticulosa ambientação e alguns mecanismos de linguagem para ajudar o jornalista a alinhar o enredo, humanizar o relato, recriar situações que não seriam resgatadas de outro jeito, dar contextos e introduzir comentários. Os fatos, no entanto, devem ser recriados com rigor. Caso contrário, não será jornalismo.

A leitura e análise das HQs jornalísticas Joe Sacco levam a pensar no estilo de reportagem marcante na contemporaneidade, popularizado pela televisão: a reportagem intimamente ligada à imagem e/ou à fotografia. A imagem tornou-se a palavra chave do jornalismo contemporâneo, e o texto serve cada vez mais como suporte à imagem.

Sites para consulta:

http://www.andrehq.com.br/website/index.asp?cod=204&idi=1

http://www.artecetera.art.br/

http://www.universohq.com/quadrinhos/2007/n26032007_05.cfm

http://blog.tiburcio.locaweb.com.br/2007/11/24/entrevista-sobre-quadrinhos-na-empresa/


Na dinâmica realizada, os quatro grupos montaram uma história em quadrinhos a respeito de temas selecionados pelo grupo, que estará em exposião na sala durante a próxima semana.

Esperamos que tenham gostado da aula.

Depois postaremos as tabelas utilizadas na apresentação.

Abraços,

Claudia, Giselli e Viviane.



2 comentários:

Anônimo disse...

Só corrigindo:
"Na dinâmica realizada, cada um dos quatro grupos montou uma história em quadrinhos a respeito de temas atuais selecionados pelo nosso trio. Essas histórias estarão em exposição na sala durante a próxima semana.".
Abrações,
Claudia, Giselli e Viviane.

Anônimo disse...

Muito bom.
O Conteúdo está bem detalhado e traz informações importantes sobre HQ.
O esforço do grupo para relacionar o tema ao universo institucional também precisa ser destacado. Ficou muito claro que HQ pode ser uma ferramenta importantíssima de comunicação.
Um senão: eu não vi a exposição dos trabalhos. Espero que a mostra se repita.

Abraço.

Roberto.