segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Notícia

Nos livros, as definições sobre notícia são limitadas e superficiais, muitas vezes os téoricos dizem como ela deve ser e não o que realmente é.

Entre as definições encontradas, destacam-se algumas:

“Notícia é o relato de um fato recentemente ocorrido, que interessa ao leitores”;

“Notícia é o relato de um acontecimento publicado por um jornal, com a esperança de, divulgando-o, obter proveito”;

“A notícia é o relato de um fato recentemente ocorrido, que geralmente interessa aos leitores, e com todas as informações que os leitores desejam saber sobre determinado fato”.

As definições apresentadas são limitadas, porque restringem-se ao interesse por parte dos leitores sobre acontecimentos recentes e ao acontecimento como qualquer evento.

Para compreender melhor o universo da notícia deve-se observar algumas características, são elas:

Atualidade

O leitor quer novidades e deseja saber o que ainda desconhece ou que sabia superficialmente.

Interessante

A notícia deve causar impacto suficiente para despertar o interesse do público.
Traz informações sobre fatos políticos, sociais, econômicos, naturais, tragédias, acidentes, desastres, entre outros.

Veracidade

As informações contidas nas notícias devem ser verdadeiras. Publicar informações erradas pode acabar com a reputação do jornalista ou da organização que ele representa.

Objetividade

O conteúdo deve publicado de forma sintética, sem rodeios e forma a dar noção correta do assunto tratado.

Imparcialidade e Ética

O texto deve ser o mais imparcial possível, respeitando a situação e preservando as pessoas envolvidas no acontecimento.

Elementos da Notícia

Toda notícia deve responder a seis perguntas clássicas:

Quem? Quê? Quando? Por quê? Como? Onde?

Representas pela fórmula 3Q + O + P + C = N

Exemplificando:

O presidente de Formosa, China Nacionalista, Generalíssimo
Chiag Kai Shek - QUEM
Morreu - QUÊ (O QUÊ)
ontem - QUANDO
em Taipé - ONDE
aos 87 anos
em uma tenda de oxigênio para a qual - COMO
havia sido levado
vítima de ataque cardíaco - POR QUÊ

Apresentação das Matérias

Há três sistemas de redação jornalística, quanto à técnica de apresentação:

Pirâmide Invertida

Esta técnica apresenta os fatos obedecendo à seguinte sequência:

1. Fatos culminantes (entrada);
2. Fatos importantes ligados à entrada;
3. Pormenores interessantes e detalhes dispensáveis.

Pirâmide Normal ou Literária

Esta técnica apresenta os fatos na seguinte ordem:

1. Detalhes da introdução;
2. Fatos de crescente importância e que criam suspense;
3. Fatos culminantes e desfecho.

Sistema Misto

Esta técnica apresenta os fatos obedecendo à seguinte sequência:

1. Fatos culminantes;
2. Narração em ordem cronológica.

A técnica mais utilizada é a pirâmide invertida. Neste estilo, os fatos principais são expostos no primeiro parágrafo (Lead), oferecendo um resumo.

Conceito de Lead

“Parágrafo sintético, vivo, leve com o que se inicia a notícia, na tentativa de prender a atenção do leitor”.

Existem vários tipos de Leads, porém o mais utilizado é o Lead Integral, que dá noção perfeita e completa do fato de acordo com a fórmula 3Q + O + P + C .

Exemplo:

“ Estudantes paulistas (QUEM) prometem para a tarde de amanhã (QUANDO) novos atos de protesto (O QUÊ) pelas ruas centrais da capital (ONDE) e, além dessa passeata (COMO), pretendem realizar comícios para denunciar a indiscriminada criação de faculdades de fins de semana (POR QUE)”

Todos os assuntos que figurarem no lead devem constar obrigatoriamente no desenvolvimento da matéria.

Estrutura da Notícia

Em geral, as notícias seguem a estrutura a seguir, adaptanto um ou outro item de acordo com o assunto explorado.

Ante Título (Assunto geral);
Título Curto (Preciso e interessante);
Subtítulo (Fator particular e relevante);
Lead ( Resumo da Notícia);
Desenvolvimento (Discorrer minucioso do assunto, pormenores e detalhes indispensáveis);
Conclusão (Remate final).


Na luta contra o jornalismo falado, os jornais impressos tiveram que preparar a sua estratégia. As notícias, que eram superficiais, limitando-se a narrar os acontecimentos, sofreram alterações em sua estrutura. O recurso foi o de dar ao leitor reportagens e notícias que fossem complemento do que foi ouvido no rádio e na televisão com mais pormenores e extensão do que qualquer outro veículo de comunicação de massa.

Jornalismo Impresso – Vantagens

Capacidade de aprofundamento;
Torna-se um documento;
Pode ser lido em qualquer hora e lugar;
Permite consulta permanente

Jornalismo Televisivo e Radiofônico - Vantagens


Atinge camadas mais vastas da população, até os analfabetos;
Possibilita a notícia de última hora, em flagrante;
Pode ser assistida ou vista em qualquer lugar em conjunto com outras atividades;
Baixo Custo.

Reportagem


O que é Reportagem?

É a representação de um fato ou acontecimento, enriquecida pela capacidade intelectual, observação atenta, sensibilidade, criatividade, narração fluente do autor, além de ser um relato jornalístico, livre quanto o tema e objetivo na técnica da escrita.

Capacidade Intelectual

O profissional tem que por a prova todas as suas aptidões, a fim de abordar convenientemente o tema e esgotá-lo até os últimos limites.

Observação Atenta

É a capacidade que tem o repórter de ver. Possui uma bagagem intelectual e as informações prévias sobre as questões que facilitarão ao repórter a discernir o que é principal e secundário durante o trabalho.

Sensibilidade

Está relacionada à bagagem cultural, é pessoal, intimo, não pode ser ampliada com simples regras de comportamento ou repórter a tem ou não tem.

Criatividade

É quando o repórter utiliza a sua imaginação e faz uma boa reportagem com articulações e exposições dos temas com base nos dados gerais utilizando técnica narrativa.

Narração Fluente

O repórter pega uma informação bruta e vai transformar em uma linguagem de fácil entendimento de forma que o leitor se sinta atraído do começo ao fim.

A reportagem é composta por título, ante título ou entre título, abertura e o corpo.

Título

Pode ser informativo ou sugestivo.

Ante Título e Entre Título

Servem para quebrar a monotonia de um texto longo ou para introduzir outro tema na mesma reportagem.

Abertura

Também se denomina por entrada cabeça ou lead , destina -se em despertar o interesse do leitor destacando graficamente os pontos principais do texto desapertando a curiosidade do leitor.

Corpo

Debruça sobre o "como?" e o "por quê?", deve explicar e descrever, sem esquecer que o leitor deve tirar as suas próprias conclusões.

Modelos de Reportagem

As Reportagens podem ser escritas, televisa e radiofônica, são transmitidas através de rádio, TV, revista e jornal, para cada veículo de comunicação deve se observar à linguagem e a forma que são transmitidas.

Revista

As reportagens podem ser apresentadas como parte integrante da atualidade com temas únicos, rigorosos, profundo ou analítico dos acontecimentos, como caso de uma grande reportagem em profundidade ou de investigação.

Televisiva

Recorre essencialmente á imagem, é uma reportagem que sensibiliza o público, é uma técnica de mediação das relações dos acontecimentos e das conseqüências dos fenômenos abordados.

Radiofônica

É construída de maneira organizada em uma seqüência sonora capaz de relatar um fato jornalístico, a edição deve ser coloquial, invocativo para aproximar o ouvinte do assunto que vem a seguir, além disso, o locutor deve intervir a cada quatro minutos repetindo a informação mais importante, levando em conta a pontuação, as vírgulas e o verbo devem ser usados no presente do indicativo.

Escrita

A reportagem escrita deve ser culta e correta, facilitando o entendimento do leitor que procura chegar ao conhecimento com economia de esforços mental e com rapidez que beneficiar através do seu papel de receptor critico de comunicação.

Característica da Reportagem

Consiste em um relato de acontecimento geral atual ou não.
Baseiam-se na busca direta de informações em revistas, testemunhos e entrevistas.
Utiliza uma linguagem clara e objetiva.
O texto pode ser informativo, expositivo, interpretativo e opinativo.
Devem conter episódios concretos e imagens


Para Pierre Ganz a reportagem é “ um modo de comunicação que descreve o espetáculo de um acontecimento ao grande publico".

Para Jaime Barroso Garcia a reportagem “é a narração informativa dos antecedentes, das circunstancia previsíveis de um acontecimento."

O Uso das Siglas

Num texto jornalístico, a sigla é desmontada na primeira vez que é utilizada. Tomemos por exemplo a sigla DST.
“…Doenças sexualmente transmissíveis (DST)….”.
Daí em diante já é possível utilizar apenas a sigla, sem pontos a separar as letras que se integram. Nas vezes seguintes já não é necessário desmontar a sigla nem explicar o que significa.

O Uso da Citação

Dá vivacidade ao texto e também pode ser um modo de defender o jornalista, em casos de declarações mais polêmicas. As citações devem ser escritas entre aspas e devem ser atribuídas.

A apresentação dos protagonistas das notícias ou reportagens
Em jornalismo não há títulos como Dr., Dra., Engs e etc..
As pessoas são tratadas pelo nome (primeiro e último ou então pelo nome com que são profissionalmente conhecidas) e são identificadas com o cargo que desempenham ou o local onde trabalham.
Por exemplo: Mariano Gago, Ministro da Ciência e da Tecnologia

A Preparação da Reportagem

A preparação da reportagem é uma das fases mais importantes para que a reportagem tenha sucesso. O material jornalístico deve ser preparado. Os contatos, a documentação e as referências devem acompanhar o repórter no local:

É preciso anotar corretamente as coordenadas dos interlocutores que se vão encontrar. Nem sempre há alguém na redação para poder dar as informações ao repórter que está no local;
A documentação não se decora, mas é melhor não confiar demasiado na memória e guardar consigo os elementos-chave: desse modo, é indispensável uma ficha com os resultados dos fatos anteriores, antes de partir para o local e fazer a cobertura do acontecimento em causa.

Ao preparar a reportagem deve-se obedecer a alguns imperativos:

Ter contato com o acontecimento e intervenientes diretos;

Obter o máximo de informação de: Acontecimento, Agentes, Enquadramento e Contexto em que se inscreve;

Proceder à localização antes de sair com a sua equipe;

Preparar convenientemente o seu material jornalístico ao dirigir-se para o local. Material conseguido através dos contatos, da documentação, das entrevistas e das referências.

Antes de deixar a redação, o repórter deve fazer alguns telefonemas, que permitem, por vezes, acertar detalhes importantes.

No contato com os agentes, o repórter tem de se identificar todas as vezes que forem precisas. Tem de explicar quem é e para quem trabalha.

É preciso ter em atenção a informação recebida dos adidos de imprensa, pois nem todas as suas propostas merecem uma reportagem.

O enquadramento do acontecimento pode ser apreciado através de documentação, como fotografias e imagens de arquivo.

A documentação é sempre mais rica no domínio do contexto. Sem esse background, o repórter arrisca-se a compreender mal ou a não compreender as informações que recolherá no local do acontecimento.


Tipos de Reportagem

• Fact Story (Reportagem de Acontecimento): O jornalista dá uma visão estática dos fatos, como algo já consumado. Escreve fora do que aconteceu, é um observador que contempla o objeto do seu relato, é útil na descrição, nos casos em que estes se apresentam de forma simultânea e perfeita, não acompanhando a sua evolução no tempo.

• Action Story: (Reportagem de Acção): Permite ao jornalista oferecer um tipo de relato dinâmico dos fatos, seguindo o seu próprio ritmo de evolução, como se estivesse em condições reais de vivência do processo de desenvolvimento da linha temporal, modelo recomendado para o exercício da narração, o que explica o seu domínio no noticiário escrito ou audiovisual.

• Quote Story: (Reportagem de Citação): É geralmente entendida como uma forma de entrevista jornalística. Uma reportagem que é feita alternando a escrita de palavras do seu autor com citações textuais das personagens interrogadas, as descrições e as narrações ficam a cargo do jornalista autor da peça.

• Reportagem Curta: é muito semelhante as notícias desenvolvidas. É caracterizada pela riqueza linguística, dos recursos disponíveis, pelo sublinhado de aspectos de interesse humano, pormenorização de descrições ambientais que possibilitem a manutenção do enfoque da opinião pública num acontecimento principal, que se pretende perpetuar aos olhos dos que constituem ou formam essa opinião. É muito usada em campanhas que editorialmente envolvam ou empenhem órgãos de informação, permitindo também o relacionamento de fatos dispersos, numa única linha temática que importe manter presente no foco de atenção do público.

• Reportagem Grande: Habitualmente é escrita por figuras com grande experiência, de reconhecido talento, seriedade e rigor. É uma informação narrativa orientada segundo a visão pessoal do jornalista, seu autor. Relaciona este último com a reportagem em profundidade e com a reportagem especial. Foi o apanágio de um gênero de jornalismo que teve o seu apogeu nas décadas de 50 e 60.

• Reportagem de Investigação: Nas novas tendências informativas, figura a reportagem ou jornalismo de investigação. Nos próprios profissionais é o estilo que desperta mais entusiasmo.

• Reportagem Interpretativa: O ponto de partida para a elaboração não é um conjunto dos fatos relacionados entre si. É um juízo de valor coletivo, que se converte na entrada do novo relato que vai ser exposto à consideração dos leitores. Na teoria, a estrutura do relato interpretativo é constituído pelos seguintes elementos: tese, ou ponto de vista como parágrafo de arranque de reportagem; acumulação lógica de dados que suportam e justificam a tese inicial; conclusão que reforça a apresentação da tese. È uma acumulação de factos, afirmações, opiniões de entrevistados, e todo o produto do trabalho investigado ordenados na mesma sequência lógica que ditou a entrada ou o lead.

Em histórias mais envolventes e complicadas, é difícil termos apenas um estilo de reportagem, a reportagem de citação mistura-se com a de ação e com a de acontecimento.

O repórter não deve mostrar muita preocupação com a forma, mas tem que expor os fatos de maneira que o leitor se sinta atraído do princípio ao fim do texto


Edlaine Abreu, Karina Sliumb e Luciane Bianchi.





terça-feira, 11 de novembro de 2008

Coluna Política e Econômica

O jornalismo Político e Economico
Por conta da disputa de interesses econômicos, o aumento do número de conflitos políticos no mundo e sua relação geram instabilidade no mercado.
No mundo das finanças, tudo ocorre num ritmo muito acelerado, novos mercados e a interdependência global torna a administração cada vez mais complexa de tantos fatos ocorrendo. Somos bombardeados diariamente com manchetes pelos veículos de comunicação.
E este tipo de jornalismo é importante por tudo que esta acontecendo no mundo.
Mas, qual é o papel da mídia dentro deste contexto?
A ela ocupa o lugar na sociedade de alertar sobre os riscos e propõe meios de contorná-los, funcionando como um intermediador entre a fonte de informação e o leitor.
É pelos meios de comunicação que o indivíduo procura se informar, e a informação tem papel fundamental, não mais em nível local, mas globalizado, influenciando a tomada de decisão do cidadão incerto quanto a questões políticas e econômicas para investimento.
Os agentes econômicos e políticos processam informações já conhecidas e procuram informações desconhecidas, para minimizar este risco.
Assim, dentro de um ambiente econômico-político competitivo o jornalismo torna-se uma ferramenta e uma fonte poderosa.
Vivemos num mundo onde as noticias duplicam a cada 5 anos, o que significa que cada vez mais só especialistas serão capazes de interpretar e comunicar.
Como surgiram as editorias especializadas?
As especialização do trabalho jornalístico veio como conseqüência da divisão do trabalho nos veículos de comunicação. Seguindo o modelo dos processos de produção industrial, os veículos de comunicação departamentalizaram as redações nos anos 1960, com a criação de editorias especializadas, encarregadas da cobertura jornalística de atividades ou setores específicos.
Durante a ditadura militar a matéria de economia ganhou grande destaque.
Superada a ditadura as matérias passaram a ser então, distribuídas por sessões, denominadas editorias, a fim de que o leitor as encontre facilmente e transpareça uma organização dos jornais.
No final do século 19 e inicio do século 20, os jornais brasileiros já traziam colunas fixas e diárias com temas exclusivamente econômicos. Na metade da década de 20 o jornal “O Estado de São Paulo” publicava uma coluna diária, assinada por Cincinato Braga com o título “Magnos problemas econômicos”.
Com o golpe militar de 64 e com o controle da imprensa, o jornalismo vai se definhando e em 1968 é que o jornalismo político praticamente desaparece da imprensa nacional devido a censura.
No entanto a primeira coluna sobre economia igual a que temos hoje o “Correio da Manhã”, de 16 paginas que tratava somente de negócios, chamado “Diretor Econômico”, que estimulava o mercado de capitais.
As editorias de economia foram também usadas como instrumento de divulgação da política econômica do regime militar
A comunicação antes servia para “Transmitir mensagens”, o importante era o relato. Hoje em dia essa comunicação precisa ser interpretada e analisada.
Mas o que diferencia esse tipo de jornalismo?
O jornalismo econômico e político é uma sucessão de fatos singulares e são noticiados como se fossem episódios que precisam ser interpretados, pois sozinhos e sem que sejam feitas as relações à cobertura fica confusa e de difícil entendimento.
Se um ministro da Fazenda diz que a inflação está controlada, e não há razão para preocupações com a taxa básica de juros, quantos sabem a relações entre a taxa de juros e a inflação?
Pode-se perceber que ela passou a se concentrar apenas em um segmento da sociedade: a classe empresarial e seus representantes, vendo o país apenas do angulo do poder, ignorando a parcela mais significativa da sociedade: trabalhadores, aposentados, donas-de-casa, estudantes. micro-empresários e funcionários públicos.
Devido à complexidade desses setores, a cobertura jornalística do campo econômico e político são construídos em torno de análises, estimativas, especulações, aproximações e pontos de vistas sobre cenários futuros de fontes especializadas do que por fatos concretos. Por isso os textos opinativos – editoriais, artigos, colunas e críticas são importantes e tem uma grande audiência nesse setor.
Coluna Política e Econômica
O nome "Coluna" surgiu em virtude da diagramação, nos periódicos do século XIX, tudo que não era notícia era diagramado numa única coluna vertical. Com o passar do tempo, os textos de colunas deixaram de ser limitados a esse formato, mas mantiveram o caráter de criticas, crônicas e comentários regulares.
O colunista escreve regularmente para veículos de comunicação produzindo textos não necessariamente noticiosos, ele não precisa ser necessariamente jornalista (o que significa, no Brasil, não precisar ser bacharel em Jornalismo). Por vezes, empresários e esportistas especializados num determinado assunto, tornam-se colunistas escrevendo sobre suas respectivas especialidades.
Diferença entre artigo, editoria e coluna:
Os artigos são comentários, analises, criticas, às vezes abordam com ironia e humor, quem escreve são personalidades da sociedade, em geral, não são jornalistas e não são remunerados.
Não refletem necessariamente a a opinião do jornal, diferente de um editorial, que é um texto opinativo que reflete a visão do jornal.
Coluna, que se caracteriza por ser um espaço permanente reservado para textos do mesmo autor. A coluna é um espaço no jornal ou revista, assinada ou não, tratando de temas ligados à editoria ou seção.
Os colunistas
Os colunistas de economia e política geralmente são figuras respeitadas no meio jornalístico e no círculo político do lugar onde trabalham. Uma coluna política que foi referência no jornalismo brasileiro durante décadas foi do Jornal do Brasil escrita por Carlos Castello Branco.
Formado em direito, foi secretário de Imprensa no curto governo de Jânio Quadros (1961). a Coluna do Castello, foi lida, apreciada e temida pelos políticos. Entre os principais colunistas econômicos de hoje estão: Miriam Leitão, é comentarista da área econômica do programa matinal Bom Dia Brasil da Rede Globo, e do Espaço Aberto na Globo News, colunista de O Globo e da Rádio CBN. Sônia Racy, é responsável pela coluna Direto da Fonte, publicada há 15 anos no Jornal O Estado de São Paulo. A Jornalista tem ainda seus próprios minutos na rádio Eldorado AM, a Coluna Dois, também sobre Economia. E entre os colunistas de políticas: Ricardo Boechat, escreve semanalmente uma coluna com seu nome na revista Isto É, também trabalha na rádio Bandnews FM, é reconhecido como um dos jornalistas mais bem informado do país. Teresa Cruvinel é atualmente uma das mais respeitadas analistas políticas da imprensa brasileira. Além da coluna Panorama Político, que assina diariamente no Globo, há dez anos faz comentários políticos Globo News. Guilherme Barros desde fevereiro de 2005 é editor da coluna Mercado Aberto.
Economês e o Politiquês
Os jornais devem ser lidos com rapidez e facilidade, especialmente levando-se em conta que, entre os leitores, há pessoas de todos os níveis de instrução. Um bom texto, deve ter quatro elementos essenciais: objetividade, concisão, precisão e clareza. E nas colunas de economia e política um dos piores problemas do texto é economês e o politiquês.
Eles são jargões profissionais caracterizado pelo uso excessivo e desnecessário (ou descontextualizado) de termos técnicos, que podem comprometer o entendimento das matérias pelos leitores, dificultando a disseminação da informação e o comprometendo a função social da comunicação.
Um jargão profissional é um linguagem caracterizado pela utilização restrita a um círculo profissional. Outro tipo de abordagem, baseadas em metáforas, eufemismos e estrangeirismos de ocasião. Nós, comunicólogos, por exemplo usamos briefing, case, stakeholders, etc. E usamos tanto que existe até um dicionário de comunicação.
Os dos eufemismos do economês contemporâneo, quando o calote é suavizado como "default" ou, pior, quando o aumento de preço é rebatizado de "reparametrização". "O eufemismo faz parte da cultura brasileira", lembra Maria Otília Bochini, 59, do Núcleo de Jornalismo e Cidadania da Escola de Comunicações e Artes da USP. O talento nacional para arrumar um jeitinho de dizer as coisas ficou mais evidente quando as sucessivas crises puseram os economistas na berlinda.
Linguagem utilizada nos cadernos de economia. Recebeu essa denominação do Jornalista Carlos Lacerda em 1970 por apresentar grande quantidade de termos técnicos. As informações da área de economia eram obtidas juntos a economistas e tributaristas, que utilizavam uma linguagem conceitual de difícil compreensão para o público leigo, muitas vezes os jornalistas reproduziam as informações tal como lhes eram transmitidas.
Elenice da Costa, professora em filologia e língua portuguesa pesquisou pela USP a linguagem metafórica do jornalismo econômico. Num universo de 4,5 mil vocabulários da economia em textos especializados, destacou mais de 600 metáforas recorrentes.
Para ela um arsenal de metáforas foi incorporado ao vocabulário nacional, como “ancora fiscal”, arrocho salarial”, ciranda financeira”, “bloco econômico”, “contrato de gaveta”, “conta-fantasma”, “flutuação cambial”.
No Brasil temos exemplos de metáforas que só tem aqui, como “laranja” (quem tem o nome usado por terceiros em transações fraudulentas) e “leão” (importo de renda).
E entre os extrangeirismos podemos citar overprice, commodities, stake-holder, swap cambial.
A mesma coisa ocorreu com o politiquês, um dialeto híbrido, uma mistura de termos, conceitos, expressões e ditados oriundos dos mecanismos da Constituição, da legislação eleitoral, das casa legislativas, da atividade partidária, das campanhas eleitorais e dos próprios politicos.
Como, “relator”, “comissão mista”, “substitutivo”, “colégio de líderes”, “pauta do congresso travadas por excesso de MPs”
Segundo alguns críticos, este tipo de codificação seria intencional e serviria exatamente para restringir o acesso da maioria da população aos problemas econômicos e políticos e suas causas, limitando este conhecimento aos meios especializados. Jornalistas da área, no entanto, acreditam que determinados termos são abstratos demais para ser explicados a cada matéria, e que o didatismo não seria função da imprensa.
O papel do Relações Públicas
Hoje a informação é matéria-prima fundamental e o relações públicas, por vezes, torna-se um tradutor de discursos, já que cada especialidade tem jargão próprio e desenvolve seu próprio esquema de discurso.
O fato é que para alguns, lançar mão de jargão acaba sendo uma espécie de passaporte para uma suposta seriedade, um atestado de “estar por dentro”.
De acordo com Marcondes Filho (2002. p.46), a notícia não clara deixará na mente do leitor apenas sinais, traços da informação.
Ele não será capaz de recordar a matéria que acabou de ler e nem terá o conhecimento para usar a informação. Foi-lhe negado o principal, o fio condutor.

Mais informações:
"Traduzindo o Economês" (Best Seller, 2000), de Paulo Sandroni.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Coluna Gastronômica
A Gastronomia é um tema cada vez mais presente nas editorias culturais de jornais e revistas de grande circulação.

Para entendermos o que é uma Coluna Gastronômica, vamos definir primeiro, o que é Gastronomia.

A Gastronomia é um ramo que abrange a culinária, as bebidas, os materiais usados na alimentação e, em geral, todos os aspectos culturais a ela associados.

O prazer proporcionado pela comida é um dos fatores mais importantes da vida depois da alimentação de sobrevivência. Cultura muito antiga, a alimentação passou por várias etapas ao longo do desenvolvimento humano, evoluindo do nômade caçador ao homem sedentário, quando este descobriu a importância da agricultura e da domesticação dos animais.

Não se deve confundir esta ciência com a nutrição ou a dietética, que estudam os alimentos, a gastronomia é estritamente relacionada ao aspecto comercial (no que diz respeito a preparação de comida em restaurantes) e cultural (no que diz respeito ao estudo desta ciência).

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.
  • Coluna Gastronômica.

A Coluna Gastronômica aborda assuntos relacionados ao universo da gastronomia. A importância de tal assunto decorre da constatação de que o tem da gastronomia vem ganhando relevância no campo do jornalismo cultural.
Em geral as pautas são de livre escolha do colunista ou orientada pela redação, isto depende também em qual veículo será divulgado, mas de forma geral abordam temas como:

- História das receitas;
- Aspectos Culturais;
- Novidades do setor de alimentos e bebidas;
- Curiosidades sobre a alimentação e bebidas;
- Dicas de restaurantes;
- Receitas;
- Incentivo à gastronomia;
- Cursos, eventos;
- Truques e etc.

  • Veículos

- Revistas
- Jornais
- Sites
- Blogs
- Tv e Rádio
  • Crítica

A crítica é o gênero jornalístico opinativo que analisa e avalia o trabalho intelectual ou desempenho. Sempre traz a assinatura de seu autor e deve ser bem fundamentada.
Um ponto que se pode observar na crítica sobre gastronomia é sua faceta de jornalismo de serviços, mas voltada para a utilidade das informações que o teor de novidade dos assuntos em pauta. Uma crítica pode ou não se referir a restaurante recém inaugurado, mas necessariamente vai trazer dados da casa, como endereço, telefone, horário de funcionamento, média de preços e formas de pagamento.
As críticas demonstram uma preocupação com leitor que pode não ter conhecimento específico sobre o assunto.
Algumas críticas mesclam como recurso metáforas para atrair a atenção do público. Exemplo:
Numa crítica feita à um restaurante de São paulo, já surgiu no título e na primeira linha do texto a frase: “Pelo jeito é uma febre mesmo”. Ao mesmo tempo que o colunista ajuda a promover a democratização da gastronomia ao divulgar ao grande público informações sobre o tema, se mostra bastante crítico à proliferação de alguns tipos de estabelecimentos (de churrasco argentino) na capital ao dizer “agora não passa um mês sem que uma nova casa do gênero abra em SP”. Neste caso, as metáforas servem de estruturação de processos mentais.
  • Crônica

A crônica é um gênero que possui um tom coloquial, informal e interativo. Possui ares de “relato poético do real, situado entre a informação e a narração literária”. Os fatos são somente um monte ou pretexto para um texto leve, divertido, que apenas tangencia fatos do cotidiano para adentrar por outros temas. Exemplo:
Um crônica publicada em Dez/2004 na Revista Carta Capital tinha a seguinte título: “O peixe tá jovem?”. O questionamento possibilitou a instalação de uma linha argumentativa baseada no humor, como por exemplo:

- “Se um linguado pode viver até 40 anos, como saber se estamos diante de um jovem ou de um ancião?”
- “Em algum momento da sua vida passou, ainda que de raspão, passou por sua cabeça perguntar se o peixe, além de fresco é jovem?”

A ironia é comum nos textos, também marcados pelas estratégias de envolvimento usadas como recursos de interatividade, para prender a atenção do leitor. Na crônica “Portaria 2535”, o autor criticou algumas decisões da Vigilância Sanitária disparando frases como:

- “Imagino também que se chegou a esse texto após milhares de ocorrências que comprovaram que a contaminação do alimento era proveniente de brincos, colares e piercings”.
- “ O que me deixou muito mais tranqüilo foi saber que está proibido cuspir sobre os alimentos”.
  • Quem pode publicar uma Coluna Gastronômica?

    O colunista não pode ser de forma alguma ser um leigo no assunto e não tem que ser necessariamente um jornalista, cabendo a função também à pessoas especializadas nas áreas de gastronomia, nutrição e alimentos em geral. Seu conhecimento somado à sua originalidade torna sua coluna um lugar sempre atraente e de confiabilidade.
  • Dinâmica proposta em sala de aula.

    Foi entregue 01 doce para cada grupo na sala, que deveria inventar um nome, receita, origem da receita e local que servia o prato, contendo as informações do jornalismo de serviços.
  • Bibliografia

http://gastronomiaenegocios.uol.com.br/v2/ultimas_noticias/ver/521/receitas-do-chef-sergio-arno-no-seu-celular
http://cursoabril.abril.com.br/servico/noticia/materia_136048.shtml
IMBERT, Enrique Anderson. Métodos de crítica literária. Coimbra: Livraria Almeidina, 1971.
PIZA, Daniel. Jornalismo cultural. São Paulo: Contexto, 2003.
Luciane Souza, Vânia Lopes.