terça-feira, 11 de novembro de 2008

Coluna Política e Econômica

O jornalismo Político e Economico
Por conta da disputa de interesses econômicos, o aumento do número de conflitos políticos no mundo e sua relação geram instabilidade no mercado.
No mundo das finanças, tudo ocorre num ritmo muito acelerado, novos mercados e a interdependência global torna a administração cada vez mais complexa de tantos fatos ocorrendo. Somos bombardeados diariamente com manchetes pelos veículos de comunicação.
E este tipo de jornalismo é importante por tudo que esta acontecendo no mundo.
Mas, qual é o papel da mídia dentro deste contexto?
A ela ocupa o lugar na sociedade de alertar sobre os riscos e propõe meios de contorná-los, funcionando como um intermediador entre a fonte de informação e o leitor.
É pelos meios de comunicação que o indivíduo procura se informar, e a informação tem papel fundamental, não mais em nível local, mas globalizado, influenciando a tomada de decisão do cidadão incerto quanto a questões políticas e econômicas para investimento.
Os agentes econômicos e políticos processam informações já conhecidas e procuram informações desconhecidas, para minimizar este risco.
Assim, dentro de um ambiente econômico-político competitivo o jornalismo torna-se uma ferramenta e uma fonte poderosa.
Vivemos num mundo onde as noticias duplicam a cada 5 anos, o que significa que cada vez mais só especialistas serão capazes de interpretar e comunicar.
Como surgiram as editorias especializadas?
As especialização do trabalho jornalístico veio como conseqüência da divisão do trabalho nos veículos de comunicação. Seguindo o modelo dos processos de produção industrial, os veículos de comunicação departamentalizaram as redações nos anos 1960, com a criação de editorias especializadas, encarregadas da cobertura jornalística de atividades ou setores específicos.
Durante a ditadura militar a matéria de economia ganhou grande destaque.
Superada a ditadura as matérias passaram a ser então, distribuídas por sessões, denominadas editorias, a fim de que o leitor as encontre facilmente e transpareça uma organização dos jornais.
No final do século 19 e inicio do século 20, os jornais brasileiros já traziam colunas fixas e diárias com temas exclusivamente econômicos. Na metade da década de 20 o jornal “O Estado de São Paulo” publicava uma coluna diária, assinada por Cincinato Braga com o título “Magnos problemas econômicos”.
Com o golpe militar de 64 e com o controle da imprensa, o jornalismo vai se definhando e em 1968 é que o jornalismo político praticamente desaparece da imprensa nacional devido a censura.
No entanto a primeira coluna sobre economia igual a que temos hoje o “Correio da Manhã”, de 16 paginas que tratava somente de negócios, chamado “Diretor Econômico”, que estimulava o mercado de capitais.
As editorias de economia foram também usadas como instrumento de divulgação da política econômica do regime militar
A comunicação antes servia para “Transmitir mensagens”, o importante era o relato. Hoje em dia essa comunicação precisa ser interpretada e analisada.
Mas o que diferencia esse tipo de jornalismo?
O jornalismo econômico e político é uma sucessão de fatos singulares e são noticiados como se fossem episódios que precisam ser interpretados, pois sozinhos e sem que sejam feitas as relações à cobertura fica confusa e de difícil entendimento.
Se um ministro da Fazenda diz que a inflação está controlada, e não há razão para preocupações com a taxa básica de juros, quantos sabem a relações entre a taxa de juros e a inflação?
Pode-se perceber que ela passou a se concentrar apenas em um segmento da sociedade: a classe empresarial e seus representantes, vendo o país apenas do angulo do poder, ignorando a parcela mais significativa da sociedade: trabalhadores, aposentados, donas-de-casa, estudantes. micro-empresários e funcionários públicos.
Devido à complexidade desses setores, a cobertura jornalística do campo econômico e político são construídos em torno de análises, estimativas, especulações, aproximações e pontos de vistas sobre cenários futuros de fontes especializadas do que por fatos concretos. Por isso os textos opinativos – editoriais, artigos, colunas e críticas são importantes e tem uma grande audiência nesse setor.
Coluna Política e Econômica
O nome "Coluna" surgiu em virtude da diagramação, nos periódicos do século XIX, tudo que não era notícia era diagramado numa única coluna vertical. Com o passar do tempo, os textos de colunas deixaram de ser limitados a esse formato, mas mantiveram o caráter de criticas, crônicas e comentários regulares.
O colunista escreve regularmente para veículos de comunicação produzindo textos não necessariamente noticiosos, ele não precisa ser necessariamente jornalista (o que significa, no Brasil, não precisar ser bacharel em Jornalismo). Por vezes, empresários e esportistas especializados num determinado assunto, tornam-se colunistas escrevendo sobre suas respectivas especialidades.
Diferença entre artigo, editoria e coluna:
Os artigos são comentários, analises, criticas, às vezes abordam com ironia e humor, quem escreve são personalidades da sociedade, em geral, não são jornalistas e não são remunerados.
Não refletem necessariamente a a opinião do jornal, diferente de um editorial, que é um texto opinativo que reflete a visão do jornal.
Coluna, que se caracteriza por ser um espaço permanente reservado para textos do mesmo autor. A coluna é um espaço no jornal ou revista, assinada ou não, tratando de temas ligados à editoria ou seção.
Os colunistas
Os colunistas de economia e política geralmente são figuras respeitadas no meio jornalístico e no círculo político do lugar onde trabalham. Uma coluna política que foi referência no jornalismo brasileiro durante décadas foi do Jornal do Brasil escrita por Carlos Castello Branco.
Formado em direito, foi secretário de Imprensa no curto governo de Jânio Quadros (1961). a Coluna do Castello, foi lida, apreciada e temida pelos políticos. Entre os principais colunistas econômicos de hoje estão: Miriam Leitão, é comentarista da área econômica do programa matinal Bom Dia Brasil da Rede Globo, e do Espaço Aberto na Globo News, colunista de O Globo e da Rádio CBN. Sônia Racy, é responsável pela coluna Direto da Fonte, publicada há 15 anos no Jornal O Estado de São Paulo. A Jornalista tem ainda seus próprios minutos na rádio Eldorado AM, a Coluna Dois, também sobre Economia. E entre os colunistas de políticas: Ricardo Boechat, escreve semanalmente uma coluna com seu nome na revista Isto É, também trabalha na rádio Bandnews FM, é reconhecido como um dos jornalistas mais bem informado do país. Teresa Cruvinel é atualmente uma das mais respeitadas analistas políticas da imprensa brasileira. Além da coluna Panorama Político, que assina diariamente no Globo, há dez anos faz comentários políticos Globo News. Guilherme Barros desde fevereiro de 2005 é editor da coluna Mercado Aberto.
Economês e o Politiquês
Os jornais devem ser lidos com rapidez e facilidade, especialmente levando-se em conta que, entre os leitores, há pessoas de todos os níveis de instrução. Um bom texto, deve ter quatro elementos essenciais: objetividade, concisão, precisão e clareza. E nas colunas de economia e política um dos piores problemas do texto é economês e o politiquês.
Eles são jargões profissionais caracterizado pelo uso excessivo e desnecessário (ou descontextualizado) de termos técnicos, que podem comprometer o entendimento das matérias pelos leitores, dificultando a disseminação da informação e o comprometendo a função social da comunicação.
Um jargão profissional é um linguagem caracterizado pela utilização restrita a um círculo profissional. Outro tipo de abordagem, baseadas em metáforas, eufemismos e estrangeirismos de ocasião. Nós, comunicólogos, por exemplo usamos briefing, case, stakeholders, etc. E usamos tanto que existe até um dicionário de comunicação.
Os dos eufemismos do economês contemporâneo, quando o calote é suavizado como "default" ou, pior, quando o aumento de preço é rebatizado de "reparametrização". "O eufemismo faz parte da cultura brasileira", lembra Maria Otília Bochini, 59, do Núcleo de Jornalismo e Cidadania da Escola de Comunicações e Artes da USP. O talento nacional para arrumar um jeitinho de dizer as coisas ficou mais evidente quando as sucessivas crises puseram os economistas na berlinda.
Linguagem utilizada nos cadernos de economia. Recebeu essa denominação do Jornalista Carlos Lacerda em 1970 por apresentar grande quantidade de termos técnicos. As informações da área de economia eram obtidas juntos a economistas e tributaristas, que utilizavam uma linguagem conceitual de difícil compreensão para o público leigo, muitas vezes os jornalistas reproduziam as informações tal como lhes eram transmitidas.
Elenice da Costa, professora em filologia e língua portuguesa pesquisou pela USP a linguagem metafórica do jornalismo econômico. Num universo de 4,5 mil vocabulários da economia em textos especializados, destacou mais de 600 metáforas recorrentes.
Para ela um arsenal de metáforas foi incorporado ao vocabulário nacional, como “ancora fiscal”, arrocho salarial”, ciranda financeira”, “bloco econômico”, “contrato de gaveta”, “conta-fantasma”, “flutuação cambial”.
No Brasil temos exemplos de metáforas que só tem aqui, como “laranja” (quem tem o nome usado por terceiros em transações fraudulentas) e “leão” (importo de renda).
E entre os extrangeirismos podemos citar overprice, commodities, stake-holder, swap cambial.
A mesma coisa ocorreu com o politiquês, um dialeto híbrido, uma mistura de termos, conceitos, expressões e ditados oriundos dos mecanismos da Constituição, da legislação eleitoral, das casa legislativas, da atividade partidária, das campanhas eleitorais e dos próprios politicos.
Como, “relator”, “comissão mista”, “substitutivo”, “colégio de líderes”, “pauta do congresso travadas por excesso de MPs”
Segundo alguns críticos, este tipo de codificação seria intencional e serviria exatamente para restringir o acesso da maioria da população aos problemas econômicos e políticos e suas causas, limitando este conhecimento aos meios especializados. Jornalistas da área, no entanto, acreditam que determinados termos são abstratos demais para ser explicados a cada matéria, e que o didatismo não seria função da imprensa.
O papel do Relações Públicas
Hoje a informação é matéria-prima fundamental e o relações públicas, por vezes, torna-se um tradutor de discursos, já que cada especialidade tem jargão próprio e desenvolve seu próprio esquema de discurso.
O fato é que para alguns, lançar mão de jargão acaba sendo uma espécie de passaporte para uma suposta seriedade, um atestado de “estar por dentro”.
De acordo com Marcondes Filho (2002. p.46), a notícia não clara deixará na mente do leitor apenas sinais, traços da informação.
Ele não será capaz de recordar a matéria que acabou de ler e nem terá o conhecimento para usar a informação. Foi-lhe negado o principal, o fio condutor.

Mais informações:
"Traduzindo o Economês" (Best Seller, 2000), de Paulo Sandroni.

Um comentário:

Anônimo disse...

Trabalho importante para todos.
Já havia apontado as qualidades do conteúdo e da atividade em sala.
Agora, RP tem de assinar a "matéria".
Quem postou o conteúdo?

Abraço.

Roberto.